Sindicato dos Jornalistas de JF

Desigualdades nos estudos da Comunicação marginalizam os países do Sul Global

Texto: Sofia Zizza*
Jornal da USP

Mesmo com a crescente internacionalização das pesquisas em comunicação e maior diversificação das localidades geográficas em que estes estudos são produzidos, ainda há uma supremacia de publicações dos países ocidentais do Hemisfério Norte. O fato da língua inglesa ser idioma universal das pesquisas acadêmicas comprova esse ponto, promovendo uma marginalização dos acadêmicos do Sul Global, é o que afirma o pesquisador Silvio Waisbord, docente da George Washington University, nos Estados Unidos.

A discussão está no artigo Como enfrentar as desigualdades da academia global nos estudos de comunicação? Colaborações, críticas e curiosidades, que Silvio escreveu para o dossiê especial que compõe o 3° número do 17° volume da revista MATRIZes. A partir de análises das principais questões sobre a temática, o artigo propõe uma reflexão crítica e estratégias práticas para um maior reconhecimento e participação dos países do sul no meio acadêmico. Dentre elas, pode-se citar a consolidação de espaços de reconhecimento e apoio, o cultivo de redes de colaboração e pesquisa, e a participação em espaços compartilhados.

A invisibilidade do Sul

Silvio Waisbord, professor da George Washington University – Foto: Reprodução/Orbicom
Silvio Waisbord, professor da George Washington University – Foto: Reprodução/Orbicom
Em diálogo com diversos autores, Waisbord faz um panorama da hegemonia do Norte na academia nos estudos de comunicação. Ele afirma que mesmo com a globalização e a internacionalização do campo de estudo nas últimas décadas, “nenhum país da América Latina, África ou Oriente Médio está entre os primeiros vinte países, em termos de gastos com ciência e pesquisa, mundialmente”.

Os estudos de comunicação da América Latina revelam muitos vestígios de uma posição dominante da Europa Ocidental e dos Estados Unidos. Isso se evidencia através de modelos e referências que são importados e adaptados à realidade do Sul Global. De acordo com o autor e com base em outros estudos analisados para produzir o artigo, “o metabolismo constante de ideias ‘estrangeiras’ produziu uma rica tradição híbrida, impulsionada pelo interesse em peneirar bagagens teóricas e debates do Norte Global de acordo com interpretações e apropriações locais e regionais”.

No âmbito internacional das pesquisas, há uma série de normas a serem seguidas como forma de padronização. Dentre elas, a necessidade de apresentar os trabalhos na língua inglesa. “Essas dinâmicas explicam a longa história de ideias e questionamentos sobre a descolonização intelectual e acadêmica”, afirma o pesquisador.

Mudanças necessárias

Mapa ilustra o conceito de Norte e Sul Global utilizado pelo autor – Imagem: Reprodução/ Suporte Geográfico
De acordo com o estudo, há indícios de uma integração maior dos países do Sul no mundo acadêmico. Essa integração se dá por meio da inclusão de pesquisadores em corpos editoriais e a tradução de pesquisas para outros idiomas, além do inglês. No entanto, as desigualdades ainda são existentes e ações para mudanças estruturais devem ser pensadas para alterar esse cenário. “Não é algo que se resolve com cotas de representação”, pondera o autor.

O autor utiliza o conceito de descolonização como um motivador para tais mudanças. “As desigualdades da academia global estão enraizadas na história do colonialismo intelectual”, afirma Waisbord e lembra que qualquer mudança exige um trabalho de longo prazo. “Implica em mudar o centro institucional global dos estudos de comunicação”, diz.

De acordo com sua reflexão, é necessário “convocar ações conjuntas em várias direções e instâncias, e reconhecer que os obstáculos estão fundamentados em desigualdades econômicas e políticas”. Waisbord considera ainda a falta de curiosidade por estudos realizados nos países do Sul, por epistemologias alternativas e por diferentes tradições intelectuais, além da necessidade de priorizar a integração e o nivelamento de oportunidades ao Sul Global, de forma a reconhecer sua importância para o meio acadêmico.

Descolonial e decolonial: tem diferença?

De forma geral, o termo “descolonial” é aquele que se refere ao colonialismo, palavra que faz jus ao período histórico de colonização. Já “decolonial” se refere à colonialidade, conceito que parte da premissa de que, mesmo que o colonialismo tenha terminado, há a continuidade do poder colonial e, portanto, existe a necessidade de um movimento teórico-político de contraposição. Em que pese essa diferença, ainda há autores e tradutores que tratam os termos como sinônimos.

A decolonialidade é uma escola de pensamento utilizada primordialmente por intelectuais e ativistas latino-americanos. Seu objetivo consiste em criticar a visão eurocêntrica dos fatos e afastar-se dela, contrapondo-se à sua hegemonia e a universalidade que lhe é atribuída.

A pesquisadora e professora Catherine Walsh, da Universidade Andina Simón Bolívar, no Equador, explica que o termo propõe a exclusão do “s” pretendendo estabelecer uma distinção entre o significado do “des” da língua espanhola, que pode ser entendido como simplesmente “desmontar” ou “desfazer” o colonial. Tal significado permite a interpretação de que existem dois momentos, um colonial e outro não, o que leva ao entendimento de que os padrões e traços do colonialismo deixaram de existir. O termo colonialidade, por outro lado, entende e lida com a herança colonial existente, reforçando a necessidade de disputas contínuas em diversos campos para superá-la de fato.

A partir da análise e crítica a diversos autores, o estudo propõe um “Mapa de Ações” para mitigar as desigualdades geográficas existentes no âmbito acadêmico. Ele sugere três rotas possíveis que se complementam.

A primeira rota consiste em “consolidar espaços de reconhecimento e apoio”. Nela o autor sugere a participação dos chamados “acadêmicos do Sul” em diferentes plataformas e organizações, a fim de marcar sua presença, afirmando a importância de seu trabalho. A segunda rota trata da relação com colaboradores. É proposta a criação de laços com outros pesquisadores e instituições, de forma a facilitar a comunicação, desenvolver projetos em comum e conseguir apoios. Por fim, a terceira rota aconselha a participação em espaços compartilhados, tais como corpos editoriais e lideranças de associações.

Revista MATRIZes

MATRIZes é a revista científica do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Lançada em 2007, a revista é uma publicação quadrimestral que publica estudos de diferentes perspectivas no campo da comunicação. Aberto a reflexões sobre tecnologias, culturas e linguagens midiáticas, o periódico é dirigido pela professora Maria Immacolata Vassallo de Lopes.

O Dossiê especial Histórias da internacionalização do campo de estudos da comunicação é o terceiro volume de 2023 da revista e conta com artigos de pesquisadores de universidades brasileiras, bem como de outros países da América Latina, Estados Unidos e Europa.

*Texto de Sofia Zizza, do LAC – Laboratório Agência de Comunicação. Editado por Tabita Said.
**Estagiário sob supervisão de Simone Gomes

Greve geral de jornalistas em Portugal: como reagir à precarização!

Raphaelle Batista
Jornalista, doutoranda do PPGJOR/UFSC e pesquisadora do objETHOS

No último dia 14 de março, jornalistas de Portugal fizeram a primeira greve geral da categoria em mais de 40 anos. A última paralisação desse porte no país lusitano foi em 1982. Agora, em 2024, o Sindicato dos Jornalistas conseguiu aprovar a greve por unanimidade, após assembleia realizada em janeiro, contando com uma expressiva adesão dos/as profissionais. De acordo com a entidade, pelo menos 36 veículos de imprensa interromperam o funcionamento a partir da meia-noite daquela quinta-feira, incluindo a agência de notícias Lusa, as rádios Antena 1 e TSF, além dos jornais centenários Diário de Notícias e Jornal de Notícias. Pelo menos outras 12 empresas funcionaram parcialmente naquele dia –– caso das redações de Público e Expresso, que cobriram a paralisação.

Antes mesmo do “dia D”, redações viram a rotina mudar com a antecipação de fechamento de jornais, convites antecipados para gravações e trocas de turnos, apesar do alerta do Sindicato de que o empregador não poderia substituir funcionários em greve ou apelar a outros esquemas para limitar os impactos da paralisação. Ainda assim, centenas de jornalistas participaram de protestos em algumas das principais cidades portuguesas, como Lisboa, Porto e Coimbra, com o apoio de trabalhadores de outros setores. Também houve adesão de correspondentes internacionais em Madri, Paris e Rio de Janeiro, além de freelancers.

Algumas insatisfações dos colegas portugueses são bastante conhecidas dos jornalistas brasileiros: baixos salários, precariedade, degradação das condições de trabalho e insegurança. Entre os onze pontos da pauta reivindicatória, eles cobram, por exemplo, reposição salarial acima da inflação de 2022, pagamento de insalubridade e de horas extras, e denunciam que há estagiários recebendo 150 euros por mês e freelancers, 20 euros por artigo. Neste episódio do Podcast diário P24, do Público, seis profissionais relatam a situação que os levou a aderir à greve e explicam por que o movimento fortalece não apenas os jornalistas, mas toda a sociedade.

É claro que a greve não se desenhou da noite para o dia. Desde o ano passado, os jornalistas vêm se mobilizando depois da crise instaurada na gigante da comunicação portuguesa Global Media Group (GMG), que ameaçou demitir cerca de 200 funcionários, atrasou salários e teve de parcelar o pagamento do bônus de natal que deveria ter sido efetuado em dezembro. Vale dizer que, conforme noticiou o Poder 360, a GMG é dona de muitos dos mais importantes veículos de imprensa de Portugal – entre os quais alguns dos citados no início deste texto – e essas empresas estão na liderança da audiência no país, segundo agências especializadas.

A ameaça é geral
Quando nos referimos à realidade brasileira, que em vários aspectos é muito diferente da portuguesa, já estamos quase acostumados a associar precarização a jornalismo. Há algum tempo esse triste dado da profissão vem sendo tema de artigos, livros, teses e dissertações de investigadores brasileiros; tem ganhado destaque em relatórios de pesquisa e, não raro, é abordado em diversos textos publicados aqui mesmo no objETHOS, há anos ou só algumas semanas atrás. Mas não é privilégio nosso, nem de Portugal.

Também nos Estados Unidos o momento não é dos melhores. Em janeiro deste ano, foram demitidos de uma só vez 115 jornalistas do Los Angeles Times – dos quais 60 profissionais negros e jovens – e, além de todos os efeitos já sabidos de um “passaralho”, a situação levantou um debate sobre como os cortes podem afetar a diversidade das redações. Agora é a vez do The Boston Globe (GBH), um dos diários de maior circulação dos EUA, anunciar a possibilidade de demissões.

O que fazer diante de um cenário que, aparentemente, só se agrava e do qual os trabalhadores parecem reféns? Há quem desista da profissão, quem troque o fazer notícia por alternativas dentro do próprio campo da comunicação – embora isso não signifique estar livre da lógica perversa de exploração e insegurança laboral – e há quem siga no jornalismo, acreditando que a mobilização coletiva ainda é o caminho para garantir dignidade e, simultaneamente, bom jornalismo.

Segundo dados da última edição do Perfil do Jornalista Brasileiro (2021), pouco mais de 9% dos respondentes disseram que migraram para outras áreas. São pessoas que agora atuam como empresários, astrólogos, bombeiros ou com tecnologia, odontologia, direito, para citar alguns exemplos. Feito eu, certamente você deve conhecer alguém brilhante que, em algum momento após experimentar os reveses da precariedade a que chegamos, não viu futuro no jornalismo e foi buscar outros caminhos.

No caso daqueles que permanecem a bordo do imenso navio da comunicação, de acordo com a mesma pesquisa, 39% atuam majoritariamente com marketing, assessoria de imprensa ou de comunicação, publicidade, comunicação interna/corporativa, audiovisual e editoração. Também se destaca o número de pessoas que afirmam ser funcionário/servidor público.

Para os que seguem atuando como jornalistas no Brasil, ainda segundo o relatório, os dados não são animadores. Embora a maioria (45,8%) tenha como principal vínculo empregatício a carteira assinada (CLT), somente 40,1% dos respondentes recebem mensalmente o suficiente para arcar com as despesas do mês, enquanto para 23,9%, isso só é possível “às vezes”. Os pesquisadores do Perfil do Jornalista Brasileiro( 2021) destacam o percentual de 36,1% que não conseguem pagar as contas com a renda mensal vinda do jornalismo.

No Brasil, todos os anos, os sindicatos de jornalistas país afora encampam campanhas salariais, vão às mesas de negociações com os patrões, tentam mobilizar os profissionais e, em alguns casos, até conseguem aprovar greves. Este ano, inclusive, tentando uma abordagem diferente, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) lançou uma Campanha Salarial Nacional Unificada, a fim de reforçar a unidade da categoria.

No entanto, apesar da absoluta importância da luta sindical, como podemos ver no exemplo português, os jornalistas brasileiros ainda se mantêm distantes da luta coletiva da categoria. O Perfil revela que 68,6% dos respondentes declararam não ter filiação a nenhum sindicato, contra 31,4% de respondentes com filiação sindical – acima da taxa nacional de sindicalização, que é de 11,2%, de acordo com dados do IBGE (2020). Entre as razões para o alto número de jornalistas não sindicalizados (entre os quais me incluo), chamam atenção a mera falta de interesse, o desconhecimento sobre o sindicato e a avaliação de que as diretorias não representam a categoria. Sejam quais forem os motivos, porém, diante de uma perspectiva tão desafiadora para os trabalhadores do jornalismo, talvez seja hora de rever o aparente conformismo ante a precarização e, coletivamente, também reagir.

Publicado originalmente em https://objethos.wordpress.com/2024/04/01/greve-geral-de-jornalistas-em-portugal-como-reagir-a-precarizacao/

Carta aberta dos jornalistas da Tribuna de Minas e da Rádio Transamérica à direção do Grupo Solar de Comunicação

Caros integrantes da direção do Grupo Solar de Comunicação (Rede Tribuna de Comunicação),

 

Nós, jornalistas da Tribuna de Minas e da Rádio Transamérica Juiz de Fora aqui subscritos, vimos por meio desta carta expressar nossa preocupação com o longo processo em curso de precarização das atividades jornalísticas no jornal e na rádio.

 

Convivemos, sim, em um mercado em transformação permanente e, desde o advento da internet, cada vez mais desafiador. O modelo de financiamento do jornalismo não é mais o mesmo, ainda que novas possibilidades continuem surgindo.

 

Nas redações, novas práticas demandadas por novas plataformas multimídia exigem um profissional de perfil cada vez mais inovador, criativo, tecnológico e, sobretudo, disposto a enfrentar mais tarefas e uma jornada diária mais longa.

 

A lógica da instantaneidade alterou a temporalidade das transmissões da notícia, que é redigida, editada e publicada a todo momento. Todo esse incessante trabalho é realizado por equipes cada vez menores e com baixa remuneração.

 

Especificamente em relação ao Grupo Solar de Comunicação, a situação foi agravada com o pedido de recuperação judicial, que implicou em restrições em todas as áreas, sobretudo no que diz respeito às relações trabalhistas.

 

Nos últimos anos, os jornalistas da Tribuna de Minas e da Rádio Transamérica Juiz de Fora acompanharam de forma compreensiva os desdobramentos das muitas crises em curso. As conversas com a direção do grupo foram e continuam pautadas pelo bom senso.

 

O que motiva esta carta é o fato de a situação ter chegado ao limite, implicando em desdobramentos indesejáveis para o exercício da atividade jornalística, com repercussões para os leitores do jornal e os ouvintes da rádio.

 

Para além de reafirmamos nosso incansável compromisso profissional, manifestamos nossa preocupação com a manutenção do modelo de relação trabalhista pautado unicamente pela lógica da redução de custo, que nos trouxe até aqui.

 

A negociação do acordo coletivo de trabalho atualmente em curso é o retrato fiel desse modelo aviltante. Em resposta às demandas para, ao menos, retomarmos o padrão remuneratório pré-2019, a direção do grupo impôs um incremento mínimo no vale alimentação e o reajuste de 5% nos salários com defasagem acumulada de 22%.

 

Reconhecemos uma vez mais as muitas adversidades do atual fazer jornalismo no mundo. O fato de nossa atividade estar em constante transformação também impõe – ou deveria impor – o desafio de se repensar as relações de trabalho.

 

Nunca foi tão imprescindível cultivar o bom jornalismo, o que sempre foi a marca do Grupo Solar de Comunicação e que, lamentavelmente, está se perdendo.

Jornalistas de Juiz de Fora iniciam campanha salarial 2023/2024

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora convoca os jornalistas que prestam serviços nas empresas de comunicação com produção de notícias no município para a assembleia geral que aprovará a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2023/2024. A data-base da categoria é em 1º de maio.

 

O Sindicato realizará assembleia na sua sede no centro de Juiz de Fora (Confira o edital)

Sindicato inicia conversa com a Prefeitura de JF para recriação de carreira de jornalista

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora protocolou um pedido de reunião com o secretário municipal de Recursos Humanos, Rogério Freitas, para iniciar as tratativas para a recriação da carreira de jornalista na Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). O cargo foi extinto no ano passado com a aposentadoria do último profissional remanescente da efetivação do período de transição pós-Constituição de 1988.

Atualmente, cerca de 30 jornalistas atuam regularmente na administração pública municipal em cargos comissionados com a produção diária de conteúdo informativo. A alta produção de informações pelo poder público gerada pelo advento das redes sociais vem demandando cada vez mais profissionais. Atualmente, além dos jornalistas, estudantes de jornalismo fazem estágio em todos os órgãos da administração direta e indireta.

Para o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora, Leonardo Costa, a recriação da carreira de jornalista na Prefeitura e a realização de concurso público deveriam ter acontecido já há algum tempo. “Lá atrás, quando se criou o cargo com o enquadramento ‘extinto quando vagar’, já deveríamos ter pleiteado uma carreira permanente. Estamos atrasados, mas o momento é oportuno”.

O presidente considera que, pelo fato de a atual administração ter assumido compromisso com a valorização do serviço público e com os trabalhadores, a busca por um entendimento com a categoria deve avançar. “Há a compreensão de que são muitos jornalistas exercendo o jornalismo no serviço público com contratos precários e que essa realidade precisa mudar”.

A proposta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora é aproveitar o projeto de criação de cargos para outras carreiras, atualmente em tramitação na Câmara Municipal, para acrescentar a de jornalista. Caso as conversas avancem nessa direção, a expectativa é de que, ainda neste ano, seja possível realizar um concurso para provimento dos cargos.

Pleito foi acatado pela Câmara

Entre 2017 e 2018, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora conseguiu interlocução com a Câmara Municipal para criação da carreira de jornalista no Legislativo municipal. Na ocasião, foi verificado um grande número de jornalistas sendo contratado de forma precária para atuar na JFTV Câmara. A demanda da categoria foi acatada e atualmente seis profissionais concursados atuam na Casa.

 

Na Câmara, Sindicato intermediou criação da carreira de jornalista (Foto: CMJF)

Em mais uma manifestação de truculência, intransigência, absoluto desrespeito com a atividade jornalística e a liberdade de imprensa e de expressão, um homem com adesivos de um candidato bolsonarista agrediu verbalmente o jornalista Gabriel Landim e o cinegrafista Humberto Campos, da TV Integração, durante cobertura da Festa Alemã em Juiz de Fora. Os profissionais foram impedidos de exercer suas funções e só conseguiram realizar a gravação com escolta policial.

 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora repudia as agressões e a intimidação contra os dois profissionais. A cada vez que jornalistas e cinegrafistas sofrem violência por exercer seu ofício, a liberdade de expressão é atacada e um dos pilares da democracia se abala. Respeitar o exercício profissional do jornalismo é respeitar o direito fundamental de acesso a informações, que é de toda a sociedade.

 

Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora

Eleição do Sindicato: chapa única se inscreve para a diretoria, comissões de Ética e Liberdade de Imprensa

Encerrado o prazo para inscrições de candidaturas para a próxima gestão do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora e para as comissões de Ética e Liberdade de Imprensa. A Comissão Eleitoral registrou apenas uma chapa se candidatando para concorrer (veja abaixo), e os critérios para inscrição desta chapa foram preenchidos, de acordo com o estatuto da entidade.

A eleição será realizada no dia 23 de maio (segunda-feira).

Chapa 1

Diretoria:
Presidente Leonardo da Silva Costa
Vice-presidente Renato de Paula Salles
Secretário-geral Maycon Firmino Chagas
Primeiro secretário Moyses Valle
Segundo-secretário Bruno Costa Ribeiro
Primeiro-tesoureiro Ricardo Alexandre Nogueira Miranda
Segunda-tesoureira Cristiane Hubner

Suplentes
Priscilla Chandretti
Davi Carlos Acacio
Wallace Mattos
Gracielle Nocelli
Gabriela Calazans
Renata Miranda Valle
Anna Virginia Nascimento Silva

Conselho Fiscal:
Presidente Ricardo Alexandre Nogueira Miranda
Gracielle Nocelli
Erika de Almeida Winter Del Valle

Comissão de Ética e Sindicância:
Presidente Wallace Mattos
Táscia Oliveira Souza
Gabriela Calazans

Comissão de Liberdade de Imprensa:
Presidente Maycon Firmino Chagas
Secretário Bruno Costa Ribeiro
Renata Miranda Valle
Davi Carlos Acacio
Anna Virginia Nascimento Silva

Delegação ao Conselho de Representantes da FENAJ
Priscilla Chandretti
Renato de Paula Salles

ELEIÇÕES PARA DIREÇÃO DO SINDICATO

O SINDICATO DOS JORNALISTAS DE JUIZ DE FORA – EDITAL DE CONVOCAÇÃO – ELEIÇÕES PARA O SJPJF (TRIÊNIO 2022-2025)

A Comissão Eleitoral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz e Fora (SJPJF) – CNPJ 20.453.643/0001-06 -, eleita em Assembleia Geral realizada no dia 13 de abril de 2022, para conduzir o processo eleitoral que renovará a Diretoria, o Conselho Fiscal e a Comissão de Ética do SJPJF para o triênio 2022-2025, realizou sua primeira reunião no dia 14 de abril de 2022, quando definiu:

 

As eleições sindicais vão se realizar no dia 23 de maio de 2022 por voto presencial e direto dos associados que estiverem em gozo de suas obrigações sindicais, validadas de acordo com os dados constantes no cadastro de associados, na sede do Sindicato na Rua Halfeld, nº 805, sala 603, das 9h30 às 16h30. A apuração dos votos será feita após o encerramento da votação.

 

O Regimento Eleitoral elaborado pela Comissão Eleitoral, na forma do art.49 do Estatuto do SJPJF, estabelece que, conforme determina art. 46, são condições para o exercício do direito de votar em eleição no Sindicato: I – desfrutar da condição de associado há pelo menos 6 (seis) meses antes da data da eleição; II – estar no gozo dos direitos conferidos por este Estatuto; III – ter quitado as mensalidades e a contribuição sindical.

 

Edital completo de convocação para processo eleitoral do SJPJF

Assembleia Geral Extraordinária

 

Edital Asssembleia Geral Extraordinária

 

8 de Março – Ontem, hoje e sempre: Lute como uma jornalista!

Pelo segundo ano consecutivo, nós mulheres estivemos na linha de frente no combate à pandemia de Covid-19. Somos a maioria da classe trabalhadora em diversas áreas consideradas essenciais, inclusive no Jornalismo.

 

No entanto, continuamos sendo, em especial as mulheres negras, as que recebem menos, as que ocupam menos cargos de chefia, as que estão mais expostas ao assédio moral e sexual e às demais violências relacionadas ao nosso trabalho.

 

Um monitoramento realizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), financiado pela Unesco e que teve o apoio da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), mostrou que, no ano passado, nós fomos os principais alvos de casos de violência de gênero contra profissionais da imprensa. Foram registrados 119 casos contra 89 jornalistas (algumas foram agredidas mais de uma vez). Desse total, 91,6% dos casos tiveram como alvo mulheres jornalistas.

 

Fomos, também, assim como as demais mulheres da classe trabalhadora, as mais afetadas pela crise sanitária, econômica e social que se aprofundou desde 2020. Sofremos com a sobrecarga de trabalho, com as duplas, às vezes triplas, jornadas; com o teletrabalho em condições precárias acumulado às demandas domésticas e de cuidado; com o desemprego; com a carestia.

 

Vivemos ainda o constante ataque do governo genocida de Jair Bolsonaro, e de seus aliados nos estados e municípios, aos nossos direitos sociais, sexuais e reprodutivos, com desmonte de políticas públicas voltadas para a nossa Saúde, para o combate à violência doméstica, de gênero e à LGTfobia.

 

Diante de tanta precarização das nossas condições de trabalho e vida, a Comissão de Mulheres Jornalistas da FENAJ adotou como tema para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres – 8 de março de 2022, “Trabalho decente e sem violência para as jornalistas – pela Convenção 190 da OIT”.

 

Lutamos para viver em um país que pare de nos matar, violentar e usurpar nossas liberdades e direitos. Exigimos trabalhar em segurança e com condições decentes, para que possamos continuar fazendo do Jornalismo um instrumento de defesa da democracia, de transformação social e de combate às opressões.

 

Neste sentido, a Convenção 190 traz avanços importantes, como ampliar o entendimento do que seja violência e assédio e tratá-los não apenas no local de trabalho mas no mundo do trabalho. A Convenção 190 avança mais ao eleger a igualdade de gênero como pilar do trabalho decente, imprescindível à dignidade das trabalhadoras.

 

Seguiremos na linha de frente da resistência contra todos que atacam nossos direitos e liberdades democráticas. Por isso, neste 8 de Março, nós também reivindicamos nosso direito a uma vida melhor  e reverenciamos oito mulheres que fizeram história no jornalismo brasileiro para nos inspirar e impulsionar para as lutas e desafios que se colocam em nosso horizonte.

 

Ontem, hoje e sempre: Lute como uma jornalista!

 

Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e fome.

 

Brasília, 8 de março de 2022

 

Comissão de Mulheres Jornalistas da FENAJ

 

Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ