Sindicato dos Jornalistas de JF

Edital de Convocação

SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DE JUIZ DE FORA

CNPJ/MF n.º 20.453.643/0001-06
EDITAL DE CONVOCAÇÃO

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora, Minas Gerais, através de seu diretor presidente, ao final assinado, nos termos dos estatutos sociais e legislação aplicável, CONVOCA todos os jornalistas profissionais de Juiz de Fora sindicalizados, que este edital virem ou dele tomarem conhecimento, a participarem da Assembleia Geral Extraordinária Virtual a realizar-se no dia 17 (dezesseste) do mês de novembro de 2025, em sessão única, por meio virtual. Sessão assemblear, às 19 (dezenove) horas e 50 (cinquenta) minutos, em primeira convocação, com a presença de metade mais um da categoria, e às 20 (vinte) horas, em segunda convocação, com a presença de qualquer número de membros da categoria. Para discutirem e deliberarem sobre a seguinte pauta: 1) Aprovação de emendas às teses-guias do 40º Congresso Nacional de Jornalistas; 2) Eleição de delegação para o 40º Congresso Nacional de Jornalistas.

Para participar da assembleia, o jornalista deverá enviar mensagem se identificando como jornalista sindicalizado para o e-mail sindicatojf@gmail.com, e informar o número de celular pelo qual pretende entrar no evento. O link será enviado no dia da assembleia.

Juiz de Fora, 13 de novembro de 2025.

NOTA DE REPÚDIO AO TÉCNICO DO TUPI FOOTBALL CLUB

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora vem a público manifestar seu repúdio à atitude do senhor Raphael Borges de Miranda, técnico do Tupi Football Club, que chamou de “vagabundo” um dos integrantes da equipe de jornalismo da Tribuna de Minas, que chegou a acompanhar o treino na área externa do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.

A agressão verbal ocorreu após o acesso dos jornalistas ter sido devidamente autorizado pela assessoria de imprensa do clube. De forma intempestiva, o treinador interrompeu a atividade e, de maneira agressiva, com um dos braços erguidos, passou a gritar em direção aos repórteres: “Isso é coisa de vagabundo, vagabundo!”

Com essa postura, o treinador tenta intimidar o trabalho jornalístico, desrespeita a liberdade de imprensa e atenta contra o exercício profissional.

Casos de violência e intimidação contra jornalistas têm aumentado no Brasil e no mundo. No contexto esportivo, infelizmente, é recorrente que dirigentes, técnicos e atletas, diante de momentos de pressão ou cobrança de torcedores, escolham atacar os profissionais da comunicação, em vez de reconhecer as próprias responsabilidades ou lidar com a crítica legítima e o interesse público que a cobertura jornalística representa.

O Sindicato lamenta que a postura do treinador Raphael Borges de Miranda contribua para a escalada desse tipo de violência. Exigimos uma retratação imediata por parte do técnico e um pronunciamento público do Tupi Football Club, instituição que sempre contou com o profissionalismo da imprensa juiz-forana na divulgação, valorização e preservação de sua história ao longo de seus 113 anos.

Reafirmamos que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora repudia qualquer ato de desrespeito, intimidação ou tentativa de cerceamento ao trabalho da imprensa, e reitera seu compromisso com a defesa da liberdade de expressão e com a integridade dos profissionais da comunicação, que, com dedicação e coragem, cumprem diariamente o dever de informar a sociedade.

CARTA ABERTA À REITORIA DA UFJF, GIRLENE ALVES DA SILVA, CONTRA A JORNADA DE 44H DOS JORNALISTAS TERCEIRIZADOS, QUE DESRESPEITA A PROFISSÃO E A LEI

Magnífica Reitora e Excelentíssimo Vice-Reitor,

Com o sentimento da mais viva indignação, a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora vem, por meio desta carta, manifestar sua profunda preocupação com a situação dos jornalistas terceirizados que atuam na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Atualmente, esses profissionais cumprem jornadas de 44 horas semanais, em evidente contrariedade à legislação que regulamenta a profissão e que prevê 30 horas semanais de trabalho para jornalistas, conforme o artigo 303 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O Decreto-Lei nº 972/1969, que dispõe sobre o exercício da profissão, reforça o mesmo limite, e a Portaria nº 97/2012, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, fixa inclusive 25 horas semanais para jornalistas que atuam em órgãos da administração pública direta e indireta.

A manutenção dessa carga horária excessiva, além de ilegal, representa uma grave forma de precarização da atividade jornalística dentro de uma instituição pública que, pela sua natureza e missão, deveria ser exemplo de respeito aos direitos trabalhistas e à valorização do conhecimento técnico e intelectual.

Não há democracia que sobreviva sustentada por precariedade — seja no jornalismo ou em qualquer outro setor. Não há democracia sem escrutínio dos poderes econômicos e políticos, sem informação verificada, rigorosa e diversificada que ajude a sociedade a tomar decisões informadas. O jornalismo responsável é um pilar essencial da vida democrática e do combate à desinformação.

Em um momento histórico em que celebramos 40 anos da redemocratização do país, o jornalismo enfrenta novas ameaças. Uma delas é justamente a normalização das condições precárias de trabalho, que empobrecem a profissão, afugentam talentos e colocam em risco a própria qualidade da informação que circula no espaço público.

Relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) aponta que, apenas no último ano, foram registrados 144 casos de violência contra profissionais da imprensa — uma agressão a cada dois dias e meio. Mas a maior violência enfrentada pelos jornalistas brasileiros hoje é a precarização estrutural do trabalho, que se manifesta na sobrecarga, no adoecimento mental e físico, na violação de direitos e no empobrecimento da renda.

Estudos recentes apontam indicadores alarmantes de precarização social entre trabalhadores da comunicação: flexibilização da jornada e do salário, vínculos precários, multifuncionalidade forçada, infraestrutura insuficiente, intensidade de trabalho crescente, insegurança de vínculos e adoecimento. É esse o contexto no qual a UFJF — uma instituição que tem a democracia e o conhecimento como valores fundantes — mantém jornalistas terceirizados com jornada de 44 horas semanais.

Em seu discurso de posse, Vossa Magnificência afirmou que “a democracia nos é muito cara no ambiente da Universidade. Como valor universal que deve ser sempre caracterizado.” E, evocando Guimarães Rosa, citou: “Quem elegeu a busca não pode recusar a travessia.

O Sindicato dos Jornalistas de Juiz de Fora acredita que parte dessa travessia, hoje, passa pelo reconhecimento concreto da importância da categoria dentro da Universidade — e pela adequação imediata da jornada de trabalho dos jornalistas terceirizados aos parâmetros legais e éticos da profissão.

Em 2009, travamos uma luta árdua, mas bonita, para preservar a exigência do diploma para o exercício do jornalismo. Estávamos juntos: estudantes, jornalistas, professores e reitoria. Fomos derrotados, mas com a consciência de que detestaríamos estar no lugar de quem nos venceu.

Isso porque a suposta vitória não se deu com base em princípios éticos ou constitucionais, mas se fundamentou em interesses empresariais voltados à contratação de mão de obra barata e não especializada. Esperamos que a Universidade Federal de Juiz de Fora, enquanto espaço de saber, não repita essa lógica, mas reafirme o valor do jornalismo profissional como instrumento de cidadania, transparência e democracia.

Pensar em substituir cargos jornalísticos por funções análogas pinçadas da Classificação Brasileira de Ocupações é demonstrar falta de compreensão sobre a natureza intelectual, técnica e social da atividade jornalística. O jornalismo não é intercambiável com funções “mais em conta”. É ele quem assegura a qualidade da comunicação pública, o rigor da informação e o direito da sociedade a ser informada de maneira ética e responsável.

Magnífica Reitora, seguindo o que nos ensina o poeta, jornalista e letrista piauiense Torquato Neto: “É preciso que haja alguma coisa alimentando o meu povo; uma vontade, uma certeza, uma qualquer esperança.” É assim, sedentos de uma qualquer esperança, que apresentamos o nosso apelo para que a UFJF reveja sua posição e adote medidas imediatas para reduzir a jornada dos jornalistas terceirizados, adequando-a à legislação e aos princípios que regem o serviço público e a atividade jornalística.

Defender condições dignas de trabalho é defender a democracia. E nenhuma universidade pública pode se omitir dessa travessia.

Juiz de Fora, novembro de 2025.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora

Projeto do Piso Salarial para jornalistas é apresentado na Câmara pelo deputado Daniel Almeida

O Projeto de Lei que estabelece o Piso Salarial para Jornalistas foi reapresentado na Câmara Federal pelo deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA). A proposição, que ganhou o número 2209/2025, foi protocolada em maio e propõe base salarial de R$ 6.982,00 (seis mil novecentos e oitenta e dois reais) mensais, com jornada de trabalho de 30 horas semanais.

O projeto do piso foi inicialmente proposto pelo ex-deputado federal André Moura (PSC-SE), em 2011. O texto chegou a tramitar na Comissão do Trabalho, mas como não foi aprovado na legislatura 2015-2018, foi arquivado pela Câmara em 31 de janeiro de 2019, com base no artigo 105 do Regimento Interno, que diz que textos não concluídos são automaticamente arquivados na nova legislatura, tendo prazo de 180 dias para ser desarquivado. Como o parlamentar autor não se reelegeu e nenhum outro solicitou desarquivamento, o texto perdeu validade.

A pedido da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o deputado Daniel Almeida recuperou a matéria e reapresentou o PL, reajustando o valor proposto em 2011 com base na inflação do período. A matéria espera agora distribuição por parte da Mesa Diretora. A entidade se reunirá com o parlamentar em Brasília para traçar uma estratégia de mobilização para que a proposição ganhe visibilidade e tramite de forma ágil na Câmara.

“O Piso Salarial é uma das oito pautas prioritárias dos jornalistas brasileiros e a reapresentação da matéria na Câmara recoloca o tema em debate, para trazer mais dignidade à remuneração de nossa categoria, que hoje enfrenta o arrocho e a precarização das relações no mercado de comunicação”, diz a presidente da FENAJ, Samira de Castro. Para ela, é fundamental que os colegas acompanhem a tramitação do PL 2209/2025 e ajudem a pressionar o Legislativo a aprovar o texto.

Autor do projeto, o deputado Daniel Almeida acredita que mesmo com uma conjuntura adversa aos trabalhadores, é possível avançar para a instituição de um piso para os jornalistas. “O jornalismo é um pilar de nossa democracia e exige que os profissionais responsáveis por esse ofício tenham um salário digno e compatível com a importância de sua função social”, defende. O parlamentar diz que vai conversar com as lideranças partidárias para angariar apoio à matéria.

Desigualdade marca remuneração média de jornalistas no Brasil

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Novo CAGED, revela um retrato preocupante sobre a remuneração dos jornalistas no Brasil: a remuneração média nacional da categoria é de R$ 8.607,84, mas esse valor esconde profundas desigualdades regionais.

Enquanto profissionais do Distrito Federal têm remuneração média de R$ 19.371,00, e os do Rio de Janeiro, R$ 9.989,97, há estados em que a média é menos da metade disso. Na Bahia, por exemplo, a remuneração mediana é de apenas R$ 3.731,02, a mais baixa do país. Outros estados com salários significativamente baixos incluem Piauí (R$ 4.403,78) e Pará (R$ 4.488,23).

O supervisor técnico do Dieese São Paulo – unidade que atende a FENAJ -, o economista Fernando Lima, reforça a diferença entre piso salarial e remuneração média: a segunda é a soma de todos os salários declarados pelas empresas e dividido pelo número de vínculos formais (empregados).

Apesar de ser considerada uma profissão essencial para o funcionamento da democracia, a atuação jornalística sofre com a desvalorização em grande parte do território nacional. Estados do Norte e Nordeste concentram os menores salários, o que evidencia a fragilidade estrutural do setor fora dos grandes centros urbanos e econômicos.

Mesmo estados com forte presença de veículos de comunicação, como Ceará (R$ 6.544,03) e Pernambuco (R$ 9.682,33), demonstram que o rendimento está longe de refletir o nível de exigência e responsabilidade da profissão.

Para a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, a disparidade salarial entre as regiões reflete não só diferenças econômicas, mas também uma lógica concentradora da mídia e da publicidade no eixo Sul-Sudeste, onde estão as grandes empresas de comunicação e os maiores anunciantes. “Isso aprofunda a assimetria de condições de trabalho e oportunidades para jornalistas em estados mais pobres”, pontua.

Os dados de 2024 e 2025 apontam também que o salário médio de admissão dos jornalistas no país é de apenas R$ 4.231,86, valor ainda mais distante da média salarial geral da categoria. O número indica que jovens profissionais e recém-formados enfrentam grande dificuldade para alcançar estabilidade financeira na área. E que profissionais mais experientes e com salários maiores sofrem risco de demissão a cada nova crise.

Precarização silenciosa

A pesquisa ressalta ainda um desafio na medição da realidade do trabalho jornalístico: a informalidade e a pejotização. Muitos jornalistas atuam como pessoa jurídica (PJ) ou Microempreendedor Individual (MEI) – embora nao exista código de MEI para a categoria -, sem os direitos trabalhistas assegurados, o que distorce os dados oficiais e torna ainda mais difícil combater a precarização.

Essa informalidade é crescente especialmente em redações digitais, assessorias e comunicação institucional, onde há forte pressão por produtividade, mas sem garantias como férias, 13º salário ou jornada regulamentada.

Valorização urgente

Os dados reforçam a urgência de políticas públicas e negociações coletivas que assegurem pisos salariais dignos, valorização regionalizada e combate à precarização da profissão. “Em tempos de desinformação, ataques à imprensa e mudanças tecnológicas rápidas, valorizar o trabalho jornalístico é essencial para garantir o direito à informação da sociedade brasileira”, comenta Samira de Castro.

A dirigente explica que a FENAJ tem intensificado sua atuação por melhores condições de trabalho e valorização da categoria. Entre as ações em curso, destacam-se a atuação como amicus curiae no Tribunal Superior do Trabalho (TST) em processos que contesta a pejotização irrestrita; a reapresentação do Projeto de Lei 2209/2025, do Piso Salarial Nacional dos Jornalistas, de autoria do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB/BA); e a Campanha Salarial Nacional Unificada, que busca fortalecer a mobilização conjunta dos sindicatos em todo o país.

“As iniciativas buscam frear a precarização e assegurar condições dignas para quem trabalha diariamente em defesa da informação pública e da democracia”, reforça a presidenta da entidade.

 

Comissão Eleitoral homologa Chapa 1 para eleições do Sindicato

A Comissão Eleitoral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora homologou, em reunião realizada no dia 6 de junho de 2025, a inscrição da Chapa 1 – “Sindicato na luta pelo jornalismo e pela democracia!”, que concorrerá às eleições sindicais marcadas para os dias 15 e 16 de julho.

A Chapa 1 reúne profissionais de diversas áreas do jornalismo local e propõe uma atuação comprometida com a defesa dos direitos da categoria, a valorização do trabalho jornalístico e o fortalecimento da democracia. A eleição definirá a nova diretoria do Sindicato para o próximo triênio.

Confira a composição da Chapa 1:

Diretoria Executiva:

Presidente: Bruno Ribeiro

Vice-Presidente: Leonardo Costa

Secretário-Geral: Maycon Chagas

1ª Secretária: Priscilla Chandretti

2º Secretário: Ricardo Miranda

1ª Tesoureira: Juliana Duarte

2ª Tesoureira: Mariana Floriano

Suplentes:

Anna Virgínia Nascimento Silva

Luiz Felipe Falcão

Cristiane Hubner

Jorge Júnior

Hugo Netto

Isaac Balassiano

Gabriel Silva

A Comissão Eleitoral reforça a importância da participação de todos os jornalistas sindicalizados no processo eleitoral e lembra que o voto é um instrumento fundamental para a construção de uma entidade representativa e atuante.

Outras informações sobre o processo eleitoral serão divulgadas nos canais oficiais do Sindicato.

Sindicato divulga edital e convoca eleições para nova Diretoria, Conselho Fiscal e Comissão de Ética

A Comissão Eleitoral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora (SJPJF) anunciou a realização das eleições sindicais para os dias 15 e 16 de julho de 2025, com o objetivo de renovar a Diretoria, o Conselho Fiscal e a Comissão de Ética da entidade para o triênio 2025-2028.

O pleito ocorrerá de forma presencial e direta, na sede do Sindicato (Rua Halfeld, 805, sala 603), das 9h30 às 16h30, e será aberto a todos os jornalistas sindicalizados que estiverem com as obrigações estatutárias em dia, conforme os critérios estabelecidos no Estatuto do SJPJF. A apuração dos votos será feita logo após o encerramento da votação.

O período para inscrição de chapas e candidaturas avulsas vai de 3 a 10 de junho de 2025. Os interessados devem enviar a documentação digitalizada para o e-mail sindicatojf@gmail.com, com o assunto devidamente identificado conforme a função a que concorrem. A efetivação do registro será feita posteriormente, em reunião presencial, mediante apresentação dos documentos originais.

A Comissão Eleitoral reforça que só poderão votar os associados que tenham, no mínimo, seis meses de filiação, estejam em dia com as mensalidades e no pleno gozo dos direitos sindicais.

Cronograma do processo eleitoral:

  • De 3 a 10 de junho: inscrição de chapas e candidaturas avulsas

  • 11 de junho: prazo final para pedidos de impugnação

  • 15 e 16 de julho: realização das eleições

 

Confira o edital completo aqui!

Carta aberta aos diretores do Grupo Solar de Comunicação

Caros integrantes da direção do Grupo Solar de Comunicação (Rede Tribuna de Comunicação),

É, sim, com a mais profunda indignação que escrevemos para vocês. É, sim, mais uma carta, como em 2023. Talvez tenham faltado cartas como esta nos 40 anos do Grupo Tribuna de Minas. Mas nunca faltou jornalismo de qualidade, reconhecido pela criatividade e ousadia, tantas vezes premiado.

É em defesa desse jornalismo — capaz de reportar notícias com independência, sem medo e sem se curvar a favores — que nos manifestamos. O bom jornalismo não pode morrer. A intolerância à divergência nos ronda justamente porque exercemos o papel mais essencial: informar.

No dia 19 de maio, o jornal publicou dados sobre empresas ligadas a secretários da administração municipal. Covardemente, foi imposta a publicação de uma suposta “explicação” — não por erro jornalístico ou informação falsa, mas pelo incômodo causado por uma reportagem que expôs a realidade. E uma nota foi publicada como matéria.

Trata-se, sim, de uma tentativa de cercear o trabalho jornalístico, baseada em argumentos frágeis e interpretações autoritárias dos limites da liberdade de imprensa. Utilizar o jornal para punir qualquer jornalista por divulgar uma informação pública e verdadeira é abrir um precedente perigoso.

A direção da Rede Tribuna de Comunicação, que deveria ser guardiã das liberdades e proteger o jornalista que emprega, se coloca como seu algoz, ao legitimar uma cultura de intimidação contra a imprensa e enfraquecer os mecanismos de controle social sobre o poder.

Há tempos, nós, jornalistas da Tribuna de Minas, enfrentamos insinuações, meias palavras e “conselhos” velados no exercício cotidiano da reportagem. Nada de novo. Não somos os primeiros, não seremos os únicos: é assim mesmo que se faz jornalismo. Mas acreditávamos que não escrevíamos sozinhos.

Por isso, em nome de tantos jornalistas que passaram por esta redação nas últimas décadas e dos milhares de leitores, nós, jornalistas da Tribuna de Minas, lançamos um apelo: o legado da Tribuna de Minas para Juiz de Fora não tem preço. Que mudem aqueles que desconhecem a noção de jornalismo. Os valores da Tribuna de Minas não podem mudar.

3º Prêmio APRE Florestas de Jornalismo traz como tema Florestas Plantadas e Tecnologia

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas) lança a terceira edição do Prêmio APRE Florestas de Jornalismo, iniciativa que reconhece e estimula a cobertura jornalística de excelência sobre o setor florestal.

Com o tema “Florestas Plantadas e Tecnologia”, a edição 2025 coloca em destaque a inovação e os avanços tecnológicos aplicados a uma das atividades mais relevantes para a economia e sustentabilidade do estado.

O presidente da APRE Florestas, Fabio Brun, ressalta a importância da premiação. “A imprensa desempenha um papel fundamental na promoção da economia verde, que engloba o setor florestal, incentivando debates sobre o desenvolvimento dessa atividade econômica e suas contribuições para a sociedade”, assinala.

O prêmio é aberto para jornalistas de todo o Brasil, mas com a temática centrada no estado do Paraná, e contempla três categorias: reportagem escrita (jornais, revistas, sites, portais e blogs), de áudio (rádios e podcasts) e de vídeo (TVs, sites e plataformas de compartilhamento de vídeo). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas a partir do dia 30 de maio até 20 de outubro de 2025. Serão aceitas matérias veiculadas entre 1º de novembro de 2024 e 20 de outubro de 2025.

A premiação ocorrerá durante o jantar anual da APRE, marcado para 28 de novembro de 2025, em Curitiba (PR). Além de premiar os três melhores trabalhos por categoria, o concurso também prevê uma Menção Honrosa concedida pela Embrapa Florestas para reportagens que abordem temas ligados à ciência, pesquisa e instituições acadêmicas, reforçando a importância da conexão entre conhecimento científico e prática florestal.

Inovação e impacto socioambiental

A proposta do tema desta edição reflete a crescente importância das florestas plantadas como recurso renovável e matéria-prima para diversos setores, como móveis, construção civil, energia, higiene, papel e celulose.

Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apontam que o Brasil está entre os dez países com maior área de florestas plantadas no mundo, com cerca de 10 milhões de hectares. Nesse cenário, o Paraná é protagonista: é o maior produtor de pinus do país e responde por 20% da madeira produzida nacionalmente.

Mais do que uma atividade econômica robusta, o setor florestal paranaense também é destaque em conservação ambiental. Empresas associadas à APRE conservam 564 mil hectares de florestas nativas e mantêm 79,1% de suas áreas certificadas, atestando práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva.

Como participar

Podem concorrer ao prêmio reportagens que explorem temas como bioeconomia, inovação, sustentabilidade, geração de emprego e renda, arquitetura com madeira engenheirada, cadeias produtivas, entre outros (confira no edital). Cada jornalista poderá inscrever até cinco trabalhos por categoria, desde que respeitados os critérios do regulamento.

As inscrições devem ser enviadas para o e-mail , acompanhadas de ficha com dados pessoais e profissionais, resumo da matéria e link ou PDF da publicação, conforme previsto no edital. Não serão aceitos conteúdos patrocinados ou publicados em veículos ligados a instituições acadêmicas, entidades de classe ou órgãos governamentais.

Serviço

3º Prêmio APRE Florestas de Jornalismo

Inscrições: de 30 de maio a 20 de outubro de 2025

Período de veiculação das matérias: de 1º de novembro de 2024 a 20 de outubro de 2025

Categorias: Reportagem escrita, de áudio e de vídeo
Premiação em cada categoria: R$ 3.500,00 + certificado + troféu (1º lugar); R$ 2.000,00 + certificado + troféu (2º lugar); Leitor digital de livro + certificado + troféu (3º lugar).

Mais informações: www.apreflorestas.com.br

Sobre a APRE Florestas

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas) representa aproximadamente metade da área total de plantios comerciais no estado. As principais organizações de ensino e pesquisa formam o conselho científico da APRE, conferindo à entidade representatividade e embasamento técnico para o desenvolvimento das ações em prol do setor florestal. Desde 1968, a atuação política, apartidária, faz da APRE a porta-voz do setor no diálogo com as esferas públicas, organizações setoriais, formadores de opinião e sociedade no desafio de promover e fortalecer ações produtivas do setor florestal paranaense.

Mais informações em https://apreflorestas.com.br/

Violência contra jornalistas diminui em 2024, mas FENAJ alerta: censura e assédio judicial estão em alta

Apesar da redução no número de casos, a violência contra jornalistas no Brasil segue em um patamar preocupante. É o que revela o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2024, divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), que registrou 144 casos de agressões, o menor número desde 2018, representando uma queda de 20,44% em relação a 2023, quando foram contabilizados 181 casos.

A presidenta da FENAJ, Samira de Castro, destaca que a redução numérica não significa um ambiente mais seguro para o exercício do jornalismo. “Os ataques continuam, mas se tornam mais sofisticados e perigosos. Estamos vivendo uma transição da violência física para formas estruturais de silenciamento, como o assédio judicial e a censura”, afirmou.

A avaliação é compartilhada pelo pesquisador Rogério Christofoletti, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e membro do Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores da Secretaria Nacional de Justiça/Ministério da Justiça e Segurança Pública. “O número de casos é menor que o do ano passado, mas ainda é maior que 2018, o que mostra uma resistência da violência contra os profissionais. O governo violento de Bolsonaro acabou mas não conseguimos baixar de um certo patamar. Em 2018 foram 135. Essa resistência pode sugerir que a violência esteja sedimentada na sociedade, e é preciso fazermos mais pra reduzir esses números”, afirma.

Tipos de violência

Entre os tipos de violência mais recorrentes, o relatório aponta um crescimento proporcional do assédio judicial, que passou de 13,81% dos casos em 2023 para 15,97% em 2024, totalizando 23 registros. A FENAJ destaca que o termo “cerceamento por meio de ação judicial” foi substituído por “assédio judicial” para explicitar o caráter abusivo e recorrente dessas ações, muitas vezes promovidas por políticos, empresários e lideranças religiosas, com o objetivo de intimidar e censurar jornalistas.

Outro dado preocupante é o crescimento de 120% nos casos de censura, que saltaram de 5 para 11 episódios no período, impulsionados sobretudo por decisões judiciais e pressões de agentes públicos. “A censura está se institucionalizando, muitas vezes por vias legais, o que torna o cenário ainda mais grave”, disse Samira.

Já os casos de agressões físicas caíram de 40 para 30 registros, uma redução de 25%. Apesar disso, a FENAJ alerta que os episódios continuam sendo alarmantes, incluindo tentativas de homicídio e ataques com arma de fogo. As ameaças e intimidações, por sua vez, somaram 35 ocorrências, o equivalente a 24,31% do total, mantendo-se estáveis em números absolutos.

Durante o período eleitoral de 2024, que vai de maio a outubro, foi registrado o maior número de ataques: 38,9% dos casos ocorreram nesse intervalo, com julho sendo o mês mais violento do ano. A entidade atribui esse aumento ao acirramento do discurso de ódio, em especial promovido por grupos de extrema direita.

Regiões e estados mais violentos

A Região Sudeste concentrou o maior número de casos de violência contra jornalistas em 2024, com 38 episódios, que representam 26,39% do total. O Nordeste apareceu em segundo lugar, com 36 casos, representando 25% do total. Juntas, essas duas regiões
responderam por mais de 51% dos episódios registrados no Relatório. Em termos absolutos, houve crescimento do número de casos nas regiões Norte (que passou de 19 para 22 casos) e Sul, com 31 casos, contra 30 no relatório anterior.

A maior redução foi registrada no Centro-Oeste, que caiu de 40 para 17 casos. A queda é expressiva, mas há suspeitas de subnotificação, já que parte dos ataques pode não ter sido reportada aos sindicatos. Nos anos anteriores, a região — especialmente o Distrito Federal — havia liderado o ranking nacional, impactada por ataques verbais e simbólicos institucionalizados durante o governo de Jair Bolsonaro.

No Nordeste, os casos caíram de 45 para 36, mas a participação percentual nacional aumentou ligeiramente. A Bahia foi novamente o estado com mais registros (nove), seguida de Alagoas e Paraíba (seis casos cada). O Maranhão teve quatro registros, mas um deles foi dos mais graves do ano: um incêndio criminoso à sede da TV Cidade, em Codó, e ameaça de morte a um repórter. Ceará e Pernambuco apresentaram três ocorrências cada — metade dos números de 2023. Rio Grande do Norte e Piauí tiveram dois casos, e Sergipe, apenas uma.

O Sudeste continua concentrando o maior número absoluto de casos: 38 no total. São Paulo lidera com 23 ocorrências, respondendo por 60,5% da região e quase 16% do total nacional. A maior parte dos ataques ocorreu fora da chamada “grande mídia”, em cidades menores. O Rio de Janeiro teve nove casos, Minas Gerais, cinco, e o Espírito Santo, apenas um.

No Sul, o número subiu levemente: de 30 para 31. O Paraná teve o maior salto, de 11 para 15 casos, e passou a responder por 10,42% dos casos nacionais. Rio Grande do Sul e Santa Catarina registraram oito ocorrências cada, sendo que SC teve um caso a mais que no ano anterior.

A Região Norte, que no ano anterior era a menos violenta para jornalistas, passou de 19 para 22 casos. O Amazonas lidera com 8 registros, seguido do Pará (seis), Tocantins (três), Acre e Rondônia (dois cada) e Roraima (um). O Amapá não teve ocorrências registradas, mas há possibilidade de subnotificação. O Pará mostrou uma queda consistente desde 2022, quando teve 21 casos, sugerindo um avanço na proteção à categoria.

Embora haja sinais de melhora em algumas regiões, os dados reforçam que a liberdade de imprensa continua sob risco em diferentes partes do Brasil. “A descentralização dos ataques – que agora atingem com mais frequência jornalistas de veículos locais – revela um cenário onde o trabalho jornalístico permanece vulnerável, sobretudo em contextos políticos polarizados. É essencial fortalecer os mecanismos de denúncia, proteção e responsabilização para que a democracia não continue sendo ameaçada pela intimidação e violência contra quem informa a sociedade”, pontua a presidenta da FENAJ.

Quem são os agressores

Para não fugir à regra, os políticos continuam disparados no ranking dos maiores agressores de jornalistas e à liberdade de imprensa no país. Em 2024, foram 48 episódios que envolveram agressões físicas e verbais, tentativas de intimidação, ofensas em atos públicos de campanha, tentativas de censura a matérias e assédio judicial, um dos itens
que mais cresceu no último período.

A esses 48 agressores políticos, que representaram 33,33% de todos os ataques,
acrescente -se apoiadores diretos (cinco ocorrências), manifestantes de extrema direita (seis casos) e servidores públicos ou órgãos como Prefeitura e Governo de Estado (nove casos), que, em última análise, estão a serviço de interesses de políticos.

Para o secretário de Saúde e Segurança da FENAJ, Norian Segatto, “o relatório evidencia um padrão ideológico entre os agressores: mais de 40% dos ataques partiram de setores da direita e extrema direita, com políticos, assessores e apoiadores figurando como os principais autores das violências”.

Violência por gênero

A violência de gênero é outro ponto de atenção. Jornalistas mulheres não aparecem como alvos preferenciais (numericamente), mas são vítimas de ataques misóginos, incluindo insultos, desqualificações profissionais e ameaças simbólicas. “O machismo e a misoginia se somam ao autoritarismo para tentar silenciar as vozes femininas no jornalismo”, pontuou a presidenta da FENAJ.

Em 2024, foram registradas 81 vítimas do sexo masculino, 47 do sexo feminino, e 26 casos configurados como ataques coletivos ou contra profissionais de maneira genérica em uma determinada mídia. Percentualmente, 52,60% dos registros tiveram como alvo jornalistas do sexo masculino, 30,52% mulheres, e 16,86% dos casos foram ataques coletivos ou em que não foi possível apurar o gênero. Nenhum ataque a jornalistas trans foi relatado.

Cenário internacional

No cenário internacional, a situação também é alarmante. Em 2024, 122 jornalistas foram assassinados em todo o mundo, com a maioria das mortes ocorrendo na Faixa de Gaza, em meio à ofensiva israelense contra o povo palestino. O relatório também alerta para os riscos à liberdade de imprensa com a reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos e o papel das big techs na disseminação de desinformação e na tolerância a projetos autoritários.

Para a FENAJ, os dados exigem atenção e ação imediata. “A liberdade de imprensa é uma condição para a democracia, os direitos humanos e a soberania nacional. Não podemos tratar a redução de casos como sinal de estabilidade. A luta agora é contra novas formas de censura que se disfarçam de legalidade”, concluiu Samira de Castro.

A entidade reforça a necessidade de garantir salários dignos, segurança no trabalho e combate sistemático aos discursos de ódio, especialmente com a aproximação do próximo ciclo eleitoral em 2026.